segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Deixa-me falar-te de sonhos...

Ao longo da minha vida pode dizer-se que sempre fui uma sonhadora, talvez para fugir à realidade onde estava inserida... Não que fosse má, mas não era a que eu queria... No entanto também nunca fiz nada para ser, apenas esperava que as coisas me caíssem do céu mas como é óbvio isso não aconteceu...
Sinto que deixei imensa coisa por fazer, batalhas por travar e metas por atingir!
Mas houve um dia em que percebi que não era mais princesa e que os meus castelos eram tão frágeis como os de cartas e que um sopro mais forte acabaria por ruir todas as minhas ilusões...
E assim foi, a última vez que me lembro de sonhar já lá vai alguns aninhos, foi numa altura complicada onde comecei a sentir o chão fugir-me dos pés, como se caísse numa ravina que parecia nunca mais ter fim, quanto mais caía mais magoada ficava... Mas nunca tive coragem para me tentar agarrar a nada e travar a queda, deixei-me cair bem fundo e foi preciso bater, sem rede que aparasse a queda, perder tudo, até o amor próprio e daí, lá do fundo dessa ravina, agarrar-me à primeira pedra e escalar tudo de novo, até chegar ao topo, até voltar a conquistar o que era meu e dizer ao Mundo que sonhar é bom mas viver um sonho é ainda melhor!
Sempre quis acreditar que há alguém a olhar por mim, que me ajuda quando mais preciso e faz de tudo para que seja feliz... Agora sou feliz, mais do que nunca, mas o que tive de escalar não foi fácil. Houve momentos que pus o pé em falso e quase me vi novamente lá no fundo, mas não... Havia sempre alguém que me dava a mão e me ajudava a erguer de novo, a contornar as etapas mais difíceis, que era o meu abrigo quando me sentia desprotegida, que saravas as minhas feridas e me fazia sorrir quando tudo era propício para chorar!
Qualquer um ambiciona o topo da ravina, mas eu não... Depois de ter caído bem fundo, de ter perdido o que mais amava e me sentir completamente sozinha no meio da multidão, de achar que tudo era perfeito e só eu é que não me encaixava ali, percebi que toda a minha vida escalei o lado oposto ao meu rumo... Que agora estava na hora de deixar as fantasias de uma felicidade utópica e fazer-me ao caminho do meu destino, mas de uma maneira realista!
Só assim aprendi o que era ser feliz, ao avançar todos os dias na minha subida, conquistando novas metas, encontrando companheiros da mesma viagem e valorizando cada nascer e pôr do sol como se fosse o ultimo...
Desta forma tudo me parecia tão mais belo e, depois de algum sofrimento e cansaço, por entre as gargalhas de uma luta e as lágrimas de um sorriso, dizer que hoje, SOU FELIZ, não como uma meta a conseguir mas como um filosofia de vida...
Valorizar cada dia por ter alguém que o torne especial e que nos dê aquele abraço afectuoso como se fosse uma medalha de mérito e esforço por ter ultrapassado mais um dia a sorrir
Um dia vou ser feliz, HOJE é o dia!

domingo, 29 de agosto de 2010

Um dia quando eu morrer...

Um dia quando eu morrer quero que o meu nome seja lembrado pela grande mulher que fui, pelo que fiz e por aquilo que ainda queria fazer! Quero que se recordem do meu sorriso mas que tenham coragem para me ver quando eu já cá não estiver!
Quando um dia eu morrer, não quero lutos, não quero lágrimas nem tristezas! Quero palmas, sorrisos e flores, muitas flores.
Queria que o meu nome ficasse gravado na história por aquilo que sempre lutei e ambicionei! Quero que o Mundo se lembre de mim, mas mais que isso, quero ficar na historia das pessoas com quem me cruzei, pelos melhores motivos, pelos momentos que passei!
E hoje, mais do que nunca, tenho a certeza que não vou morrer, vou apenas ficar a olhar por uma perspectiva diferente, e tal como agora, quero acreditar que vou cuidar dos que cá ficam, como acho que os que já foram cuidam de mim!
Os anos passam e, como sempre ouvi dizer "Os mortos só morrem, quando os vivos os deixam morrer"... Por isso vou sempre lembrar aquelas pessoas com quem me cruzei, não vou deixar cair no esquecimento quem sempre me quis bem!
Um dia quando eu morrer, quero que esteja escrito na pedra onde irei descansar, "Aqui jaz Maria Ana Matias Nunes, contra a sua vontade". Já diria Raul Solnado!